segunda-feira, 23 de março de 2009

Com 30 mil pessoas, festival consagra Radiohead em São Paulo

Com os trinta mil ingressos postos à venda esgotados um dia antes do evento (pela metade do show do Radiohead nem os cambistas tinham entradas), o Just a Fest é forte candidato a melhor festival do ano em São Paulo – mesmo que ainda seja muito cedo para esse tipo de previsão.

A atração principal da noite foi o Radiohead: foi a primeira vez que o quinteto inglês, uma das mais importantes bandas de rock do mundo, se apresentou no Brasil. Desde o sucesso internacional de “Ok computer”, álbum de 1997, que a banda é esperada pelo seu fiel grupo de fãs brasileiros.

Com um show perfeito – reverente sem ser saudosista, contemporâneo sem ser afetado – a banda mostrou por que continua tão influente ao longo de quase duas décadas de carreira.

Alegria indie
A noite começou pontualmente às 18h30 com a aguardada volta do Los Hermanos, reunidos depois de cerca de dois anos desde seus últimos shows. Com muita gente ainda fora do lugar (por escolha ou por conta do trânsito na região, que além do tráfego aumentado por conta do festival, ainda passa por obras), os cariocas se apresentaram para um público menor - mas cuja devoção compensa os números.

Conhecidos pela legião de fãs fervorosos, os Hermanos tocaram tudo que sua plateia queria ouvir: de "Todo Carnaval Tem seu Fim", logo no início, a "O Vencedor". Visivelmente felizes, os vocalistas Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante mostraram a interação de sempre, como se a banda ainda estivesse na estrada. Ao final de uma hora e quarenta minutos, Amarante deixou, sorridente como os garotos e garotas à sua frente, uma faísca de "esperança": disparou um "até qualquer dia", acenando de cima do palco.

Em seguida, foi a vez do Kraftwerk, em sua terceira passagem pelo país. O quarteto (que hoje conta apenas com Ralf Hütter como integrante original) lançou as bases da música eletrônica na década de 1970, tornando-se conhecido por apresentações de apelo visual. Mas o show de luzes do Kraftwerk, com seus quatro homens estáticos diante do telão, não surpreendeu.

Talvez, em um lugar fechado, as imagens (números, robôs, carros, palavras) tivessem mais impacto. O som das caixas também não ajudou, mantendo-se baixo em diversos momentos. Os jovens acostumados às batidas aceleradas que imperam nas raves não se renderam ao minimalismo do grupo, mas mostraram alguma animação em faixas mais "cheias", como "Radioactivity", "Trans-Europe Express" e a clássica "Robots", quando os integrantes deixam o palco e postam bonecos motorizados em seus lugares.





Nenhum comentário:

Postar um comentário