terça-feira, 24 de março de 2009

Chris Cornell: 'faço o que me deixa feliz'

O cantor Chris Cornell revelou em entrevista ao Alternative Addiciton que não se surpreendeu com o fato de muitos de seus antigos fãs não terem aprovado o novo álbum, Scream.

“Meus fãs mais antigos não gostaram do Scream porque são daqueles que me apoiaram de verdade no Soundgarden e amam aquela banda. Para eles, aquele é o Chris Cornell, eu era o cara daquela banda e que escreveu aquelas canções”.

“Estou muito empolgado com o álbum que fiz. Acho muito excitante e tenho escutado tanto ou mais do que qualquer outro que já fiz. Como compositor e pessoa criativa, tenho que fazer o que me faz feliz”, explicou Cornell.

No guia de novos CD's da revista Rolling Stones de março, o disco Scream recebeu uma estrela e meia do crítico Paulo Terron, considerado como ruim. Confira a resenha abaixo:

Chris Cornell - Scream
É preciso ter coragem para fazer o que Chris Cornell fez: abandonar o som dos lendários Soundgarden e Audioslave, recomeçando em uma carreira de música pop. Claro que a carreira solo do cantor sempre ficou naquela linha fina entre o aceitável e o detestável, o que mostrava certa indecisão.

Agora Cornell escolheu: tirou quase tudo que remetesse ao rock de seu som e substituiu por batidas eletrônicas - daquelas estilo pop FM, que pode servir de base tanto para as Pussycat Dolls quanto para a Madonna. Timbaland (com a ajuda de J-Roc e Jim Beanz, parceiros comerciais do produtor), claro, foi o encarregado de capitanear a mudança.

É altamente improvável que o fãs antigos passem da primeira faixa de Scream, "Part of Me" - que abre com uma voz distorcida e parte para Cornell emulando um Justin Timberlake gritão. A primeira guitarra audível só vem no final de "Get Up", quinta faixa do trabalho. Timberlake, aliás, canta em "Take Me Alive", que ele ajudou a escrever, mas passa quase imperceptível.

O maior problema da nova sonoridade de Chris Cornell é a voz, que depois de anos acompanhada por guitarras sujas simplesmente não combina com o esquema "batidas por minuto". Tanto que em vários momentos, inclusive na faixa-título, parece haver duas músicas distintas - uma na melodia vocal e outra nos beats.

O único respiro vem em "Two Drink Minimum", a última canção do CD, parceria com John Mayer, de pegada blueseira e sem bobagens eletrônicas oportunistas. Simpática, mas não o suficiente para fazer com que as 13 anteriores sejam suportáveis.


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