quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Show de integração: estudantes de três cursos de uma Universidade se uniram para transformar a teoria em vida real

No momento em que os holofotes do Anfiteatro Padre Werner, na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), iluminaram o músico Nei Lisboa e o estudante Guilherme Fraga, 19 anos, aluno do curso de Formação de Produtores e Músicos de Rock, e os dois entoaram os primeiros acordes da canção Junkie, a vida acadêmica mostrou que pode estar muito próxima da vida real.

Na última quarta-feira, um show que homenageou a carreira do cantor e os 40 anos da universidade foi totalmente produzido por alunos de três cursos da Unisinos, que colocaram em prática toda a teoria aprendida em sala de aula.

Inicialmente, a intenção do professor Vagner Cunha, do curso de Formação de Produtores e Músicos de Rock, era colocar os estudantes da disciplina laboratório do rock em contato com a obra de Nei Lisboa e depois realizar o encontro entre eles. O resultado dessa interação foi tão bom que, numa conversa com a coordenação dos cursos de Realização Audiovisual e de Gestão Cultural, surgiu a idéia de que os próprios alunos realizassem um show e a produção de um DVD.

Nos últimos dois meses, o comprometimento foi geral. Os alunos e o professor Cunha ficaram responsáveis pela apresentação. A filmagem, a cenografia e o roteiro na produção de um DVD foram assumidos pelo curso de Realização Audiovisual. A elaboração do projeto, organização do evento e divulgação ficaram sob a responsabilidade da Gestão Cultural.

– Esse foi um teste com um grande nível de profissionalismo para eles, que ainda estão na vida acadêmica – disse Frank Jorge, coordenador do curso de Formação de Produtores e Músicos de Rock.

Durante a apresentação, 12 canções de Nei Lisboa foram cantadas por seis bandas, sendo que em seis canções houve a participação do compositor.

Durante os ensaios e nos bastidores, um dos detalhes que mais chamava a atenção era o entusiasmo de Nei. Conhecido por sua timidez, o cantor não disfarçava a alegria de ver que, a partir de sua obra, as teorias acadêmicas podem ser aplicadas à realidade.

– Achei que eles tiveram um trato muito carinhoso com o projeto. Ninguém estava pensando em ser um superstar, mas interessados em situações de artistas em início de carreira – enfatizou Nei.

A coordenadora do curso de Gestão Cultural, Mirian Dolores Baldo Dazzi, lembra que esse trabalho transdisciplinar foi um grande desafio, pois envolvia alunos de três cursos novos da universidade.

– Para se ter sucesso, todo processo tem de ser harmônico, tem de se orquestrar tudo. Os professores participaram da coordenação geral, mas todas as decisões foram tomadas por eles, com êxito – conta.

Para 2009, a intenção de Frank Jorge é de que o projeto permaneça. E, dessa forma, fica a expectativa sobre qual artista virá para ajudar a lembrar que a academia e a prática se complementam.

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