terça-feira, 9 de junho de 2009

Conheça Os Haxixins

Talvez pelos vapores, a poeira ou o ar do local, eles são a banda mais obscura, psicodélica e autêntica da vizinhança. É assim que a banda conquista seu espaço na cena indie brasileira, e até mesmo, mundial.

Resolvi escrever sobre a banda Os Haxixins depois de ver várias aparições dos caras em comerciais da MTV Brasil, e me chamou a atenção o som e o visual anos 60 dos cara.

Influenciados pelo rock obscuro dos 60's, garage punk e psicodelia, os amigos Sir Uly (bateria) e Fábio (guitarra) resolveram montar um repertório “Só com o pedal Fuzz e a coragem”, segundo o próprio Uly, depois de terem feito parte da extinta banda The Merry Pranksters.

O nome do grupo surgiu após o convite feito para o baixista Daniel Villafranca e o organista Alexandre "Alôpra" Romera, inspirados no livro “Clube dos Haxixins”, sobre as experiências de um grupo de fumantes de haxixe fundado em 1845, que reunia artistas como Charles Baudelaire e Téophile Gautier. As reuniões, realizadas no Hotel Pimodan, serviam para promover o uso de haxixe, levando seus membros a se deliciarem nas mais fantásticas alucinações e pesadelos, coisas com as quais os atuais Haxixins se identificam.

Além do visual retrô, os caras só tocam com equipamentos antigos e, sempre que possível, carregam seus Gianini Tremendões e Phelpas por onde vão. Outro diferencial das apresentações ao vivo é o "light show", projetores de luzes psicodélicas sobre a banda.

Depois de quase desistirem de gravar um disco devido a tentativas frustradas de alcançar a sonoridade de bandas dos 60s (ou pelo menos se aproximarem do estilo das gravações, sujas e pequenas), em 2007 foram apadrinhados pelo Berlin Estúdio, produzidos por Jonas Serodio (Thee Butcher's Orchestra e The Blackneedles), e conseguiram alcançar o resultado tão esperado com o uso de gravador de rolo, amplificadores valvulados e instrumentos de época.

O disco saiu pelo selo independente português Groovie Records em vinil de 12 polegadas, apresentando composições próprias banhadas em ácido lisérgico, e covers, como "Dirty Old Man" (The Electras) e "In The Deep End" (Artwoods). Na seqüência, veio a primeira turnê européia, que passou por Portugal, Espanha e Itália.

Na viagem, a banda fez shows memoráveis em santuários do garage rock mundial, como La Pequeña Betty e La Gramola (Espanha) por onde já passaram importantes bandas da cena garagera e Skalleta (Itália), por onde já passou o eterno líder do Love, Arthur Lee. O disco também trouxe resenhas em publicações conceituadas, como Shinding (Inglaterra) e Lost In Tyme (Grécia), além do portal de garage punk espanhol I-Punk.

De volta ao Brasil, o baixista Daniel deixou a banda para se dedicar a outro combo, Os Cavernas, e foi substituído pelo amigo de longa data, Caio Sérgio. Logo voltaram ao Berlin Estúdio e registraram duas composições próprias ("Depois de um LSD" e "Espelho Invisível"), que saíram num compacto simples, também pelo selo português Groovie Records.




Para 2009, preparam o lançamento de um compacto duplo por um selo do Texas (EUA) e aguardam o relançamento do primeiro álbum pelo selo americano Get Hip, também dos EUA, casa de bandas como The Cynics e Ugly Beats.

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