A Apple, fabricante do iPod, se recusou a atualizar músicas da banda norte-americana Nine Inch Nails no iPhone. O ponto da discórdia foi o álbum The Downward Spiral, lançado em 1994 e dono de "conteúdo questionável", segundo a empresa.
A informação foi liberada por Trent Reznor, líder (e único integrante fixo) da banda, via Twitter. O site oficial no NIN publicou, na íntegra, o e-mail com o veto. O texto, enviado no dia 27 de abril, começa "agradecendo o envio das faixas à App Store". Mas o balde d'água fria não demora: "Analisamos NIN: Acess (canal de relacionamento entre grupo e fãs, via iPhone) e deliberamos que não será possível postar" a atualização devido à "violação da Seção 3.3.12" do ato de acordo da Apple.
O tópico dá sinal vermelho a aplicações que contenham "qualquer tipo de conteúdo obsceno, pornográfico, ofensivo e difamatório". Detalhe: Reznor afirma que o disco sequer está no dispositivo, com exceção da faixa-título, presente "em um podcast que pode ser escutado por streaming" no aparelho.
O mesmo disco já foi alvo de censura da cadeia de lojas Wal-Mart, à época do lançamento. Até hoje, a rede bane produtos do NIN de suas prateleiras. Em resposta pública ao e-mail da Apple, Reznor chama atenção ao episódio, no que definiu como "uma questão de consistência e hipocrisia".
"A Wal-Mart começou uma perseguição anos atrás, insistindo que todas as músicas que eles vendiam deveriam ter conteúdo profano censurado. Versões 'clean' precisariam ser compostas para que eles as comercializassem. Bandas (Nirvana incluso) tropeçaram sobre os próprios cadarços para editar palavras, mudar arte do álbum, etc, para atender o padrão de decência da Wal-Mart - porque (a cadeia de lojas) vende muitos discos".
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