quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Sem pompa da época de Freddie, Queen faz show apoteótico

É preciso fazer justiça: a atual configuração do Queen não pretende ser a entidade majestosa que um dia foi comandada por Freddie Mercury. Agora com Paul Rodgers como frontman, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor procuram deixar o nome vivo, mas de sua forma peculiar.

Paul Rodgers tem bom senso e nem de perto tenta ser um clone de Freddie. Ele nem permanece no palco o tempo inteiro. Taylor e May dividem vários vocais e têm seus segmentos solo, em que podem mostrar o domínio de seus respectivos instrumentos. Além disso, o Queen agora conta com alguns músicos de apoio, algo que na época de Freddie era impossível acontecer.

Como Paul Rodgers têm em seu longo currículo passagens por bandas de hard rock como Free, Bad Company e The Firm, a apresentação traz uma levada mais pauleira. Ainda cantando muito bem, Rodgers não demonstra nenhum cacoete vocal que lembre o saudoso Freddie. Sua performance no palco também afasta qualquer referência camp.

Rodgers pilotou com maestria clássicos como "Another One Bites The Dust", "Fat Bottomed Girls", "Crazy Little Thing Called Love", "Radio Ga Ga", "Hammer To Fall", "I Want It All", "I Want To Break Free" e outras.Mas a figura mais aplaudida e festejada foi mesmo a de Brian May. Sempre simpático, o guitarrista falou com o pessoal num português convincente e seus solos clássicos causaram comoção.

May comandou o coro de "Love of My Life" e foi o mestre de cerimônias perfeito. Em um momento, a bateria de Roger Taylor foi montada numa passarela que avançava em meio à platéia e ele cantou "I'm In Love With My Car" e "One Vision". Brian, Roger e os músicos de apoio se uniram para recriar "Under Pressure", grande hit que o Queen gravou no começo dos anos 80 com David Bowie.

Houve ainda um divertido segmento acústico com todo mundo cantando o country "39", uma das pérolas do álbum A Night At The Opera. No meio de tantos clássicos, o grupo mostrou algumas de Cosmo Rocks, seu mais novo disco de estúdio. Como o pessoal não conhecia as canções, elas foram recebidas apenas educadamente.

Um dos momentos mais emocionantes aconteceu quando o Queen tocou "Bohemian Rhapsody". No fundo do palco, um telão gigantesco de alta definição exibia imagens de Freddie Mercury interpretando a canção, enquanto o resto da banda o acompanhava ao vivo. No final, Rodgers também entrou e foi uma verdadeira apoteoese.

Para o bis, o Queen veio com "All Right Now" (clássico de Free) e a tradicional seqüência com "We Will Rock You" e "We Are The Champions". A Via Funchal lotada presenciou um Queen longe da pompa e circunstância dos dias de Freddie Mercury, mas muito mais descontraído e em paz com seu glorioso passado. Hoje à noite tem mais.

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Um comentário:

  1. Quem diria que um dia alguém da minha idade (25) poderia ver Queen ao vivo. É uma pena que não em sua formação original, mas compensa pelo restante da formação. Pelo visto foi uma apresentação e tanto.

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