A Warner Music Group solicitou no sábado (20) ao YouTube que remova do site todos os vídeos musicais de seus artistas. O pedido veio após negociações contratuais terem fracassado. A decisão pode afetar centenas de milhares de videoclipes, já que abrange os artistas da Warner Music e também os direitos de músicas publicadas pela unidade Warner/Chappell, que inclui também muitos artistas que não possuem o selo da Warner Music.
As negociações fracassaram porque a Warner quer uma fatia maior do grande potencial de receita do tráfego de visitantes do YouTube. Não foram divulgados detalhes de quanto exatamente a empresa estava pleiteando. "Simplesmente não podemos aceitar termos que não compensam apropriadamente e de forma justa os artistas, compositores, selos e publishers pelo valor que eles oferecem", alegou a Warner em comunicado.
O YouTube é imensamente popular, tendo recebido mais de 100 milhões de visitantes apenas dos Estados Unidos em outubro, de acordo com a comScore, uma empresa de medição de audiência na internet.
A Warner Music, que tem artistas como a banda Red Hot Chili Peppers e o rapper T.I., foi a primeira grande companhia de entretenimento a negociar com o YouTube em 2006. Seus executivos acreditam que o acordo deu ao site legitimidade aos olhos da gigante de buscas Google Inc (GOOG.O), que comprou os direitos pouco depois por US$ 1,65 bilhão.
Como parte das negociações originais de 2006, a Warner, a Universal Music e a Sony Music receberam pequenas fatias da pré-aquisição do YouTube e lucraram quando a compra pelo Google foi fechada.
As gravadoras normalmente recebem uma fatia de qualquer receita de publicidade associada com os vídeos e um pagamento por cada vídeo acessado. O preço pago por vídeo visto é geralmente uma fração de um centavo de dólar e, com milhões de internautas visitando o YouTube todos os dias, esperava-se que a quantia final fosse substancial.
Mas uma fonte inserida nas negociações da Warner Music disse que as receitas que a empresa tem recebido do YouTube são "inacreditavelmente baixas". Os representantes do YouTube ainda não comentaram o ocorrido.